O governo alegou que não poderia abrir mão da receita de R$ 3,5 bilhões por ano e forçou a base aliada a manter o veto, contrariando a expectativa do empresariado que queria o fim da cobrança. Em contrapartida apresentou o novo projeto, que deve tramitar em regime de urgência.
“O Congresso vai analisar esta proposta em caráter de urgência nas próximas semanas”, disse o deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara e que apresentou projeto semelhante.
TRABALHADORES APOIAM
Para o técnico em eletrônica Edson Gomes Cantarino, 44, a iniciativa de repassar os 10% aos trabalhadores é uma boa ideia. “Penso que se trata de algo positivo, mesmo porque até agora a gente não vê esse dinheiro”, disse.
A servidora pública Elizabeth Rodrigues, 39, também aprova: “Acho justo que os 10% se revertam para aqueles que forem se aposentar e que não fizeram uso desse percentual para financiamento da casa própria.”
Presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio (CUT-Rio), Darby Igayara ressaltou que se trata de uma vitória da população, principalmente dos mais necessitados. “O FGTS é direcionado à construção de moradias populares, portanto, a manutenção da taxa é de interesse do povo”, disse, acrescentando que os 10% vão reforçar a renda dos trabalhadores.
A Confederação Nacional da Indústria estima que, com a permanência da taxa, haverá repasse mensal de R$ 270 milhões por parte das empresas.
CNI contrária à taxação
A Confederação Nacional da Indústria, que representa a classe patronal, emitiu nota informando que a permanência da multa é retrocesso do sistema tributário.
“A iniciativa frustra os anseios do setor produtivo, que queria ver extinto um tributo criado para ser provisório, cuja finalidade, a de salvar o FGTS da falência, foi integralmente cumprida nos últimos 12 anos”, destaca a nota.
“Caso o tributo tivesse sido extinto pelo Congresso, esses recursos poderiam ser revertidos em qualificação profissional, inovação e investimentos para ampliar a capacidade produtiva”.
Entenda como foi a votação
Os vetos da presidenta Dilma Rousseff a 95 dispositivos foram mantidos pelo Congresso, em sessão extraordinária, na noite de terça-feira.
Votaram favoráveis ao governo 455 deputados e 71 senadores. Eles asseguraram a permanência da multa de 10% do FGTS que poderia ser extinta, caso o resultado fosse contrário.
Atualmente, ao demitir o funcionário, o empregador paga 40% sobre o fundo como multa ao ex-funcionário, e mais 10% para o governo federal.
A mensagem do Executivo e projetos de parlamentares destinam 10% da multa exclusivamente ao ‘Minha Casa, Minha Vida’ e ao trabalhador que não usar o recurso no programa.
Fonte: O Dia Online,por Osni Alves
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