terça-feira, 1 de maio de 2012

AS LINHAS COM MAIS RECLAMAÇÕES EM SÃO PAULO

Que o trânsito complicado em cidades como São Paulo prejudica a todos, não é novidade nenhuma.
Mas de todos os prejudicados, os maiores são os passageiros dos transportes públicos.
Uma total falta de senso, já que a pessoa que deixou seu carro em casa (ou mesmo sequer tem um veículo particular) é a que proporcionalmente menos polui na cidade e que usa com melhor aproveitamento o espaço urbano.
 
A linha que em 2011 mais recebeu reclamações pela SPTrans é a 278A/10 (Penha – Ceasa).
Foram 320 registros só para ela, das 46 mil reclamações que a autarquia recebeu em relação a atrasos.
O número pode parecer pequeno, mas se o total de reclamações for dividido pelo número de linhas, cada uma em média receberia 34 queixas.
A linha 278A/10 (Penha – Ceasa) tem um perfil que coloca seus passageiros como vítimas do trânsito.
Ela tem 38 quilômetros de extensão e percorre quase 90 vias, entre ruas e avenidas. A linha atende a três regiões de São Paulo: zona Leste, zona Norte e zona Oeste.
No meio do percurso enfrenta verdadeiros gargalos: Avenida Celso Garcia, Avenida Amador Bueno da Veiga, partes da Mariginal Tietê, região do Anhembi e da Vila Leopoldina.
A SPTrans constatou que as primeiras partidas são cumpridas, mas quando os ônibus entram no trânsito, aí a previsão e a confiabilidade são quase impossíveis.
E não adianta colocar mais ônibus. Seriam mais ônibus presos no trânsito provocando mais trânsito ainda.
A 278A/10 é um exemplo clássico do que pode ser feito para que a mobilidade urbana seja melhorada em São Paulo e nas cidades com características semelhantes.
Primeiro é que a pessoa que usa o transporte público merece e precisa de prioridade na cidade. Para isso, é mais que urgente a constituição de fato de uma malha de transportes coletivos pela qual ônibus em corredores exclusivos e eficientes, do tipo BRT (Bus Rapid Transit) e metrô de alta capacidade se complementem.
Não adianta expandir metrô sem melhorar os ônibus que o alimentam e só os ônibus não dariam conta da demanda que deve ser atendida pelo metrô.
E nesse sentido de malha de transportes, as linhas de ônibus devem ter o itinerário reduzido, desde que haja sistemas estruturais que atendam suas demandas a partir de determinados pontos.
Assim, em vez de terem 38 quilômetros como a 278A/10, os itinerários seriam menores. Mas eles deveriam levar as pessoas até novas estações e linhas de metrô ou até novos terminais e corredores com ônibus articulados ou biarticulados que levem essa demanda às áreas de maior concentração na cidade.
É o sistema tronco-alimentador que deve ser bem planejado, caso contrário, pode significar lotação em excesso e desconforto para os usuários de transportes públicos.
Não adianta “jogar” a demanda de ônibus locais em sistemas e linhas saturadas.
Imagine “encurtar” a 278A/10 e colocar seus passageiros na linha 3 Vermelha do Metrô?
Por isso, as ações devem ser feitas por etapas. Inicialmente um levantamento de vários órgãos sobre as carências e as demandas dos transportes: EMTU (ônibus intermunicipais), CPTM (trens), Metrô, SPTrans (ônibus municipais), gerenciadoras de transportes de cidades próximas de São Paulo, como das regiões de Osasco, Guarulhos e ABC devem esquecer qual o partido da prefeitura de suas cidades e sentarem juntas de fato.
Depois traçar as linhas estruturais e tirá-las do papel.
No caso do metrô, é natural que demorem mais para ficar prontas, já os corredores de ônibus são mais rápidos. Mas tudo deve ser pensado de acordo com cada demanda atual e já futura para que não nasçam sistemas saturados.
Entre as linhas estruturais deve haver ligações e não apenas baldeações para não sobrecarregar estações ou terminais.
Assim, entre uma linha de metrô e outra, um corredor de ônibus pode uni-las para diminuir a sobrecarga em um único sistema, como propôs o novo presidente do metrô, Peter Walker.
Corredores de ônibus de maior capacidade poderiam também ser interligados por corredores mais simples.
Tudo deve ser feito com bom senso e respeito ao dinheiro público. Sem gastar demais num modal numa região para aparecer na propaganda, deixando de lado as outras áreas.
À medida que tudo isso for feito, aí sim as linhas locais de ônibus, de 38 quilômetros de extensão ou mais, poderão ser reduzidas.
Em algumas cidades, o sistema de ônibus bem gerenciado e operado é suficiente. Em outras, como São Paulo, a palavra de ordem é ser multimodal: ônibus, trem e metrô “conversando”.
Os atrasos são o grande motivo de reclamação dos passageiros dos ônibus municipais de São Paulo.
Entre as maiores queixas estão:
1º) Atraso e não cumprimento dos horários: 45 mil 949 queixas
2º) Motorista que não para no ponto tanto para embarque como para desembarque: 28 mil 346 apontamentos
3º) Direção Perigosa: 16 mil 779 reclamações.

As dez linhas de ônibus que mais receberam reclamações são:
1ª) 278A/10 (Penha – Ceasa) : 320 reclamações
2ª) 7004/10 (Terminal Rodoviário Jardim Jacira / Estação Santo Amaro – Terminal Guido Caloi): 293
3ª) 748R/10 (Jardim João 23 – Metrô Barra Funda): 285
4ª) 502J/10 (Estação Autódromo – Metrô Santa Cruz): 272
5ª) 374T/10 (Cidade Tiradentes /- Metrô Vergueiro): 269
6ª) 4208/10 (Parque Savoy City – Metrô Vila Prudente): 252
7ª) 477P/10 (Ipiranga – Rio Pequeno): 245
8ª) 213C/10 (Itaim Paulista – Vila Califórnia): 238
9ª) 2296/10 (Jardim Marília – Terminal Parque Dom Pedro II): 234
10ª) 311C/10 (Parque São Lucas – Bom Retiro): 228.

Os problemas de transportes em São Paulo estão em toda a cidade, mas as linhas que servem à zona Leste são as que apresentam maior número de queixas.

FONTE:INFORMAÇOES REPRODUZIDAS DO BLOG :PONTO DE ONIBUS COM ALTERAÇOES DA PUBLICAÇÃO: Uma linha e várias reflexões sobre mobilidade

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