terça-feira, 6 de novembro de 2012

Região do Largo da Batata deve ganhar terminal de ônibus

Região do Largo da Batata deve ganhar terminal de ônibus até dezembro

Largo da Batata
Largo da Batata está hoje bem diferente do que nos anos de 1980. Estações de metrô, trem e agora o terminal de ônibus deve ser concluído em dezembro. Região de Pinheiros passou por polêmicas remodelações, entre as quais, segundo urbanistas, que privilegiaram os transportes individuais, reduziram os espaços para moradias e sobrevalorizaram os imóveis. Foto: Acervo PMSP
Terminal Largo da Batata deve ficar pronto até dezembro
Estação intermodal é uma das últimas etapas da Operação Urbana Faria Lima, que teve início em 1995
O tão esperado Terminal Intermodal de Transportes das imediações do Largo da Batata, em Pinheiros, zona Oeste de São Paulo, deve ficar pronto até dezembro, promete a Prefeitura da Capital Paulista.
Ao lado da estação Pinheiros de trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e do Metrô, o terminal deve receber 27 linhas de ônibus e 80 mil pessoas por dia.
Após a abertura do terminal, as ruas do entorno serão alargadas e o Largo da Batata propriamente dito será finalizado.
A Avenida Faria Lima, em 2013, terá melhoramentos nas calçadas e vai ganhar ciclovias.
As obras fazem parte da Operação Urbana Faria Lima, criada em 1995 pelo então prefeito Paulo Maluf.
Esta fase final vai custar aos cofres públicos R$ 295 milhões.
Por conta da Operação Urbana Faria Lima, a avenida se expandiu e foram criados os túneis Rebouças e Cidade Jardim.
Mas as obras são alvos de críticas de especialistas. Primeiro porque os recursos são obtidos pela venda do direito a empresas construírem em áreas e dimensões além do permitido pela lei de zoneamento.
Os urbanistas dizem que isso é tratar o crescimento da cidade de forma desigual. Enquanto a pessoa que quer aumentar um cômodo em casa sofre uma burocracia grande se quer fazer tudo em ordem e nem sempre consegue as autorizações, as grandes construtoras que têm dinheiro pagam oficialmente para burlar a lei.
Além disso, por mais que haja um terminal de ônibus e as estações, as obras públicas ainda priorizam o transporte individual, na visão dos urbanistas.
A supervalorização imobiliária do local também é outra crítica.
Segundo a Embraesp – Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio do Estado de São Paulo, em 2006, o metro quadrado na região valia R$ 3.600. Agora, está em R$ 12,5 mil, valorização de 247%, sem descontar a inflação. Na média da cidade de São Paulo, levando em consideração o mesmo período, a valorização foi de 132%, passando de R$ 3.989 para R$ 9252.
O principal objetivo de Paulo Maluf ao criar a Operação Urbana Faria Lima foi estabelecer na região um pólo de escritórios.
Ma o que ocorreu com o Itaim Bibi e a Vila Olímpia se repete com a região do Largo da Batata. O desequilíbrio entre geração de empregos e moradia. Hoje menos pessoas moram que trabalham na região.
A prefeitura conseguiu junto a Comissão de Valores Mobiliários – CVM autorização para emitir títulos imobiliários Cepacs, que permitem a construção de novos prédios, a maior parte voltada para apartamentos.
A infraestrutura no local é boa, com estabelecimentos comerciais, emprego, ônibus, trem e metrô, mas o trânsito complicado e o alto custo dos imóveis podem desestimular as moradias.
Algumas obras da Operação Urbana Faria Lima vão mais lentas que as outras, o que mostra o leque de prioridades do poder público, independentemente de quem está na gestão.
Primeiro saíram as obras viárias para carros, agora só que vai ser concluído o terminal intermodal e a urbanização de favelas como a do Real Parque foi iniciada somente em 2010 e dos 1.135 imóveis previstos, apenas 377 foram entregues.
O Largo da Batata recebeu esse apelido, que depois virou nome oficial, nos anos de 1920. No local, havia um posto de venda da CAC – Cooperativa Agrícola de Cotia, no qual os pequenos produtores vendiam o que plantavam. Boa parte deles era de família japonesa e o produto mais comercializado era justamente a batata.
Foi a partir deste posto que a região começou a ter os primeiros adensamentos com características urbanas.

Fonte: Blog:Ponto de ônibus, por:Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes, e Informações: O Estado de São Paulo

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