Ônibus urbano. Presidente Dilma recebe governadores e prefeitos para discutir formas de como democratizar e tornar mais justo o financiamento dos transportes urbanos no País. Foto: Adamo Bazani. |
Encontro será hoje no final da tarde com presidente Dilma Rousseff e discutirá Reitup e Unificação de Planilhas no primeiro passo do Pacto Político de Mobilidade Urbana
Quem se desloca de transporte individual proporcionalmente ocupa mais espaço nas cidades e gera mais poluição.
Num carro de passeio, a pessoa usa 10 metros quadrados das já disputadas ruas e avenidas da cidade. Num ônibus, a ocupação é de 1,5 metro quadrado.
O motorista de carro de passeio pode poluir individualmente de 17 a 34 vezes mais que um passageiro de ônibus.
A conta é simples. Um ônibus comum transporta de uma só vez 80 pessoas, ocupando 13,2 metros de comprimento. Como em média um carro de passeio nas cidades só leva duas pessoas, este ônibus substitui no mínimo 40 carros particulares. Estes carros, enfileirados não ocupam apenas os 13,2 metros de comprimento do ônibus e sim em média, 164 metros, levando em conta que os carros de passeio têm 4,10 metros de comprimento.São 40 escapamentos contra um de um ônibus.
Na prática, o ônibus transporta muito mais que os 80 passageiros em sua viagem, já que entram e saem pessoas durante todo o trajeto. Já o carro transporta sua média de duas pessoas do início ao fim da viagem.
Assim, usando a lógica, quem ocupa mais deveria pagar mais.
Mas não é isso o que ocorre.
Proporcionalmente, o usuário do carro paga muito menos para usar o espaço urbano que o passageiro do ônibus trem e metrô.
Hoje, as passagens de ônibus, em sua grande maioria, são bancadas pelos passageiros pagantes. Gratuidades, integrações, lucros das empresas de ônibus, caem sobre o usuário.
Como o transporte público não beneficia só passageiros e sim toda a sociedade, nada mais justo que todos ajudar a mantê-lo.
O transporte público reduz trânsito e poluição, o que ajuda quem também está no carro.
E hoje no final da tarde, Governadores e prefeitos e diversas Capitais se encontram com a Presidente Dilma Rousseff para finalmente oficializarem os discursos e apresentarem concretamente as propostas para quem usa carro financie parte dos transportes públicos para que haja mais democracia no espaço urbano..
A principal proposta é a volta da cobrança da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico e o uso para o financiamento de obras que privilegiem o transporte coletivo no espaço urbano ou mesmo redução das tarifas de ônibus.
De acordo com José Fortunati, presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, e prefeito de Porto Alegre, o repasse de 1,5% da Cide, apelidado de imposto da gasolina, por incidir sobre combustíveis, menos o diesel, já traria ganhos aos transportes públicos.
Segundo ele, os impactos da volta da Cide à inflação seriam mínimos perto dos aumentos das tarifas de ônibus. Ele diz ainda que a cada três centavos cobrados da gasolina e do álcool é possível reduzir dez centavos da passagem do transporte público.
Mas há outras propostas, como a aceleração do Congresso para a aprovação do Reitup – Reitup – Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros prevê uma serie de desonerações sobre as atividades de transportes em troca de melhorias e barateamento dos custos para os passageiros. Entre as desonerações previstas estão de tributos como ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (estadual) e ISS – Imposto Sobre Serviços (municipal).
A Unificação das planilhas de custos gerais dos transportes é outra ideia para dar mais transparência às políticas tarifárias. No entanto, a proposta recebe resistências pelo fato de as realidades de operação dos transportes serem diferentes em diversas regiões, quanto, por exemplo, à demanda, condições de vias, extensão das linhas e número de integrações e gratuidades.
A reunião é considerada a primeira ação do Paco Político de Mobilidade Urbana.
Antes de se encontrar com os prefeitos, Dilma deve receber os integrantes do MPL – Movimento Passe Livre, que querem tarifa de ônibus zero.
Fonte: por: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
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