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Ônibus em São Paulo. Movimento Passe Livre se diz contrário ao reajuste das tarifas em 2015. Foto: Adamo Bazani |
Se valor permanecer em R$ 3, subsídios podem ir para R$ 2 bilhões. Prefeitura já cogita o aumento
O MPL – Movimento Passe Livre, um dos responsáveis pelas manifestações em junho de 2013, formalizou nesta sexta-feira, dia 28 de novembro de 2014, nota dizendo que não vai aceitar aumento nas tarifas de ônibus municipais em são Paulo no ano que vem.
O valor está em R$ 3,00 desde 05 de janeiro de 2011. No dia 02 de junho de 2013 foi reajustado para R$ 3,20, mas após os atos, voltou para R$ 3,00 em 24 de junho.
Por causa do congelamento, a prefeitura de São Paulo vai ter de desembolsar neste ano em subsídios para as empresas de ônibus aproximadamente R$ 1,7 bilhão.
Se o valor continuar congelado em 2015, a estimativa é que os subsídios subam para R$ 2 bilhões.
As empresas e a prefeitura alegam que não é possível manter a tarifa no mesmo patamar porque os custos dos principais itens para operação de transportes tiveram aumentos, como óleo diesel, lubrificantes, salários de funcionários e até mesmo os chassis que estão mais modernos por causa das normas de restrição á poluição e mais caros também.
A prefeitura diz esperar a conclusão dos relatórios de auditoria sobre as contas do sistema pela empresa Ernest & Young, mas o aumento é tido como certo. O valor deve variar entre R$ 3,40 e R$ 3,50.
Na nota divulgada pelo Passe Livre, o grupo critica o fato de as empresas de ônibus terem lucro.
“Enquanto as empresas lucram cada vez mais em cima do dinheiro público e do nosso sufoco – maximizando os ganhos com a superlotação dos ônibus, a remuneração por passageiro, os cortes de linhas e as filas nos terminais – ainda se cogita aumentar o preço da passagem… Por que não se fala em tirar os lucros das empresas, ao invés de cobrar mais por um direito de todos? Desde junho de 2013, o subsídio das empresas só aumentou, sem qualquer diminuição nos seus lucros, ou mudança na forma de remuneração. Todo aumento da tarifa é um roubo porque cobrar pelo uso do transporte é uma injustiça. O transporte deve ser público, acessível para todos e não apenas para aqueles que podem pagar.” – diz parte do texto.
O grupo também criticou um eventual aumento em conjunto das passagens dos ônibus municipais de São Paulo, de cidades vizinhas, de intermunicipais e dos trens e metrô.
Os subsídios foram da mesma forma alvos de críticas pelo movimento:
“Em várias ocasiões, a Prefeitura se queixa do alto subsídio para manter a tarifa congelada, que já chega a quase 2 bilhões de reais. Mas desse valor, 400 milhões são só para manter o Bilhete Mensal, que um ano após a implementação é usado por apenas 1% dos passageiros! Para onde vai o dinheiro do Bilhete Mensal, se poucos estão utilizando? Esse dinheiro não seria melhor destinado para diminuir a tarifa para toda população? Ao mesmo tempo, hoje a prefeitura sequer sabe informar quanto lucram e quanto gastam de fato as empresas de ônibus. Uma empresa estrangeira foi contratada por R$ 4 milhões para investigar as planilhas de custos e seu relatório preliminar já indicou que as concessionárias fraudaram o caixa municipal em pelo menos R$ 30 milhões.”
O relatório inicial da Ernest & Young não fala explicitamente em fraudes. O documento aponta 640 falhas na contabilidade de empresas e cooperativas.
O prefeito Fernando Haddad não falou em suposta “má-fé” das empresas, mas em “amadorismo” no controle das finanças por parte das transportadoras.
,por: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
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