Certame ainda está barrado por questionamentos feitos pelos conselheiros. Após encontro, processo pode ser liberado mais rapidamente
Para tentar agilizar a liberação da continuidade da licitação dos transportes na capital paulista, atrasada há quase três anos, técnicos do TCM Tribunal de Contas do Município, órgão que barrou a concorrência, e representantes da gerenciadora SPTrans se reuniram na semana passada, conforme apurou o Blog Ponto de Ônibus.
O TCM confirmou o encontro.
A reunião teve participação do secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, do conselheiro relator dos Transportes, Edson Simões, e do conselheiro revisor, Maurício Faria.
A licitação é a maior do setor de transportes em todo mundo, devendo movimentar R$ 166,1 bilhões, com contratos de 20 anos, renováveis por mais 20 anos.
Ainda não há uma data para que o processo seja retomado, mas tanto o TCM, como a prefeitura acreditam que por causa do encontro, que ocorreu no dia 19 de janeiro, a liberação ocorra de maneira mais rápida.
A licitação deveria ser feita em 2013, quando venceram os contratos de 10 anos com as empresas de ônibus, assinados em 2003. Depois das manifestações contra as tarifas, a prefeitura decidiu contratar uma empresa de auditoria, a Ernest Young para verificação externa das contas do sistema. O contrato era de seis meses, mas a empresa concluiu o trabalho somente em dezembro de 2014.
A licitação foi lançada em julho de 2015. No dia 11 de novembro de 2015, o TCM barrou a licitação, apontando 49 questionamentos sobre a concorrência dos ônibus. No dia 18 de novembro, os outros conselheiros confirmaram a decisão do Conselheiro Relator de Transportes, Edson Simões, apontado como desafeto político do prefeito Fernando Haddad, para suspender a licitação e incluíram mais 13 questionamentos à secretaria de Transportes.
Entre os questionamentos feitos pelos conselheiros estão como a prefeitura vai viabilizar a implantação pelas empresas do novo CCO – Centro de Controle Operacional, que vai monitorar os serviços de ônibus, os valores e tempo de contratos, considerados altos pelos conselheiros, e formas de remuneração às empresas de ônibus.
Com base nestas questões do TCM, o Ministério Público do Estado de São Paulo entrou em janeiro de 2016 com uma ação civil pública contra a licitação dos transportes. Em dezembro de 2015, o MPE também tinha aberto um procedimento porque a licitação não contempla a Lei de Mudanças Climáticas, que determina que nenhum ônibus na cidade dependa de óleo diesel a partir de 2018. A lei é de 2009 e previa troca gradual de 10% da frota desde então.
A licitação deve remodelar os transportes na cidade de São Paulo, reduzindo o número de ônibus, mas aumentando o total de viagens e lugares disponíveis nos veículos, segundo a prefeitura, com a eliminação de linhas sobrepostas e substituição de micro-ônibus por micrões ou convencionais e de ônibus padron por articulados e superarticulados. O passageiro deve ter de fazer mais baldeações.
Dos atuais 14 mil 878 ônibus a frota deve ter 13 mil 057 veículos, mas, na promessa da prefeitura, o total de viagens deve subir 17%. Hoje são atuais 186 mil por dia e devem passar para 217 mil. Já os lugares disponíveis nos ônibus devem subir 14% de 996 mil para 1,1 milhão.
por: Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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