Já no Espírito Santo, funcionários da Viação Satélite não suportaram más condições dos veículos e denunciaram a empresa, que teve 14 veículos tirados de circulação. Mauá e Distrito Federal também possuem ônibus com problemas.
Ônibus urbanos de empresas contratadas pelo poder público. O mínimo que se espera que estes veículos apresentem condições de segurança, higiene e que estejam com a situação regular, quanto a tributos e documentação.
Mas nem estes quesitos básicos são encontrados em grande parte das empresas de ônibus que servem o País.
Nesta terça-feira, a Polícia Militar do Maranhão, apreendeu em Imperatriz, mais seis ônibus da VBL, Viação Branca do Leste.
Só em sete dias, foram 20 veículos retidos da mesma empresa, que pertence a Mário Elísio Jacinto, empresário de ônibus que participou dos transportes no ABC Paulista, com empresas como Transportadora Utinga, e fazia parte do chamado popularmente Grupo dos Mineiros, formado por outros empreendedores como Ronan Maria Pinto, Baltazar José de Souza e Renato Fernandes Soares.
Entre as irregularidades encontradas nos ônibus da Branca do Leste estavam veículos sem condições de operação, com freios defeituosos, falta de equipamentos de sinalização, pneus gastos e lanternas queimadas, além de documentos vencidos.
No mês passado, a Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, reteve oito ônibus da Viação Cidade de Mauá, de Baltazar, por problemas mecânicos e ausência de equipamentos básicos. A EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbano, também no mês passado, retirou de circulação um ônibus “pirata” da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, de linhas intermunicipais, que operava sem registro no Governo do Estado de São Paulo.
Baltazar José de Sousa e o filho, Dierly Fernandes, são considerados foragidos. Eles tiveram a prisão decretada pela Justiça Federal por crimes contra a ordem pública. O Superior Tribunal de Justiça negou habeas corpus pedido pela defesa.
Mas os problemas não se limitam a companhias deste grupo.
Também nesta terça-feira, a Viação Satélite, de Cariacica, no Espírito Santo, teve ônibus retirados de circulação.
Cansados de trabalhar em más condições e em veículos que colocam em risco a vida de motoristas, cobradores e passageiros, os próprios funcionários se uniram e denunciaram a empresa.
O Ministério Público do Trabalho foi à garagem e constatou ônibus sem freio, com pneus carecas, lanternas queimadas e bancos soltos dos motoristas e cobradores.
A empresa presta serviços para o sistema Trancol, do Espírito Santo. O Ministério Público constatou também falta de condições de limpeza e de acomodações.
No ano passado, um motorista foi morto atropelado pelo veículo que trabalhava. Uma criança de oito anos foi atropelada por um ônibus do sistema Transcol que dava marcha ré. A polícia constatou que o veículo não tinha equipamentos de segurança.
Em Rio Branco, no Acre, a RBTrans, gerenciadora dos serviços municipais, apreendeu também seis ônibus urbanos que estavam com licenciamento atrasado.
No Distrito Federal, o poder público teve de intervir em três empresas do Grupo Amaral: Viva Brasília, Rápido Veneza e Rápido Brasília . As companhias apresentavam ônibus sem condições de segurança e manutenção e também com impostos atrasados e problemas na documentação.
Estima-se que em todo o País, 20% da frota de ônibus urbanos estão com problemas de documentação. Mas na maior parte das cidades, por deficiência de pessoal ou mesmo conivência de diversas administrações públicas.
Fonte: por:Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
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