quarta-feira, 8 de maio de 2013

Eles operam quase igual aos clandestinos


ônibus
Viação Branca do Leste, no Maranhão, teve 20 ônibus apreendidos por documentação irregular. Em todo o País, ônibus urbanos com problemas nos documentos e com falta de conservação são comuns, mas fiscalizações são ineficientes.
Viação Branca do Leste tem mais ônibus apreendidos no Maranhão
Já no Espírito Santo, funcionários da Viação Satélite não suportaram más condições dos veículos e denunciaram a empresa, que teve 14 veículos tirados de circulação. Mauá e Distrito Federal também possuem ônibus com problemas.
Ônibus urbanos de empresas contratadas pelo poder público. O mínimo que se espera que estes veículos apresentem condições de segurança, higiene e que estejam com a situação regular, quanto a tributos e documentação.
Mas nem estes quesitos básicos são encontrados em grande parte das empresas de ônibus que servem o País.
Nesta terça-feira, a Polícia Militar do Maranhão, apreendeu em Imperatriz, mais seis ônibus da VBL, Viação Branca do Leste.
Só em sete dias, foram 20 veículos retidos da mesma empresa, que pertence a Mário Elísio Jacinto, empresário de ônibus que participou dos transportes no ABC Paulista, com empresas como Transportadora Utinga, e fazia parte do chamado popularmente Grupo dos Mineiros, formado por outros empreendedores como Ronan Maria Pinto, Baltazar José de Souza e Renato Fernandes Soares.
Entre as irregularidades encontradas nos ônibus da Branca do Leste estavam veículos sem condições de operação, com freios defeituosos, falta de equipamentos de sinalização, pneus gastos e lanternas queimadas, além de documentos vencidos.
No mês passado, a Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, reteve oito ônibus da Viação Cidade de Mauá, de Baltazar, por problemas mecânicos e ausência de equipamentos básicos. A EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbano, também no mês passado, retirou de circulação um ônibus “pirata” da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, de linhas intermunicipais, que operava sem registro no Governo do Estado de São Paulo.
Baltazar José de Sousa e o filho, Dierly Fernandes, são considerados foragidos. Eles tiveram a prisão decretada pela Justiça Federal por crimes contra a ordem pública. O Superior Tribunal de Justiça negou habeas corpus pedido pela defesa.
Mas os problemas não se limitam a companhias deste grupo.
Também nesta terça-feira, a Viação Satélite, de Cariacica, no Espírito Santo, teve ônibus retirados de circulação.
Cansados de trabalhar em más condições e em veículos que colocam em risco a vida de motoristas, cobradores e passageiros, os próprios funcionários se uniram e denunciaram a empresa.
O Ministério Público do Trabalho foi à garagem e constatou ônibus sem freio, com pneus carecas, lanternas queimadas e bancos soltos dos motoristas e cobradores.
A empresa presta serviços para o sistema Trancol, do Espírito Santo. O Ministério Público constatou também falta de condições de limpeza e de acomodações.
No ano passado, um motorista foi morto atropelado pelo veículo que trabalhava. Uma criança de oito anos foi atropelada por um ônibus do sistema Transcol que dava marcha ré. A polícia constatou que o veículo não tinha equipamentos de segurança.
Em Rio Branco, no Acre, a RBTrans, gerenciadora dos serviços municipais, apreendeu também seis ônibus urbanos que estavam com licenciamento atrasado.
No Distrito Federal, o poder público teve de intervir em três empresas do Grupo Amaral: Viva Brasília, Rápido Veneza e Rápido Brasília . As companhias apresentavam ônibus sem condições de segurança e manutenção e também com impostos atrasados e problemas na documentação.
Estima-se que em todo o País, 20% da frota de ônibus urbanos estão com problemas de documentação. Mas na maior parte das cidades, por deficiência de pessoal ou mesmo conivência de diversas administrações públicas.

Fonte: por:Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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