Ir e vir é um dos direitos mais elementares do ser humano. Porém, só em
São Paulo, a principal metrópole do País, boa parte dos 2,7 milhões de
cidadãos com alguma deficiência (dados do IBGE de 2010), tem esse
direito limitado devido à falta de infraestrutura da cidade e dos
serviços nela oferecidos.
Os familiares ou até as próprias pessoas com deficiência motora -
impossibilidade ou dificuldade severa de se movimentar - travam,
diariamente, uma verdadeira batalha para se locomoverem. Apesar de haver
boas iniciativas, como o Atende - serviço de atendimento especial, da
prefeitura de São Paulo - as pessoas com deficiência ainda sofrem com a
superlotação do metrô, a frota reduzida de ônibus e a quase inexistência
de táxis adaptados.
Segundo o Censo Inclusão - realizado pela Prefeitura paulistana no ano
passado com o objetivo de mapear a situação desses cida- dãos e orientar
a definição de políticas públicas - dentre as pessoas com deficiência,
18,9 mil andam de metrô, trem ou ônibus; 1,3 mil usam o Atende e, quase o
mesmo número, 1 mil, usam os táxis adaptados.
Na capital paulista, até o fim do ano passado, havia aproximadamente 100
táxis adaptados. Número quase irrisório quando se toma conhecimento do
universo de 34 mil carros com alvarás para circular no município.
Alguns fatores explicam o porquê do reduzido número de táxis acessíveis:
a restrição no modelo do veículo - o único carro que pode ser adaptado é
o Fiat Do- blô; a quase exclusividade do veículo para o transporte de
pes- soas com deficiência (os táxis não adaptados podem ser usados como
veículo de passeio comum para o transporte da família aos finais de
semana, por exemplo); bem como o alto custo para se realizar a adaptação
do automóvel, em torno de R$ 30 mil reais. Ainda assim, números tão
pífios não se justificam.
Mercado existe e não pode ser desprezado. Os taxistas que transportam
cadeirantes são ocupados cem por cento do tempo e trabalham, quase
exclusivamente, com coridas agendadas. O que falta é mais incentivo por
parte de empresas e autoridades para que mais motoristas possam
ingressar neste universo. O profissional, que tem no táxi sua única
fonte de renda, não pode investir um montante elevado sem a certeza de
que haverá retorno.
Uma saída seria as autoridades criarem uma grande campanha de incentivo à
melhoria e aumento da oferta de transporte público adaptado; investirem
na criação de um crédito especial para taxistas interessados em adaptar
seus veículos; realizarem licitações com empresas para reduzir o valor
da adaptação; além da já praticada redução de impostos e tarifas para
taxistas com veículos especiais.
A pessoa com deficiência não pode ser esquecida e a cadeira de rodas não pode ser o seu único meio de transporte.
Fonte: Instituto ADL - Itapevi/SP
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