quarta-feira, 15 de maio de 2013

Preços médios dos alimentos desaceleram, mas ainda influenciam na alta da inflação



Como adiantado no último boletim agrícola de safras e mercados, o IPCA mostrava tendência de alta e encerrou abril com elevação de 0,55%, acima dos 0,47% percebidos em março. Com este resultado, o indicador acumula incremento de 6,49% nos últimos 12 meses e, mais uma vez, situa-se bastante próximo do teto máximo da meta inflacionária estabelecida pelo governo.
A principal contribuição no resultado de abril foi a alta de 0,96% do grupo Alimentos e Bebidas, representando cerca de 44% do resultado notado no quarto mês do ano. Embora tenha desacelerado (em março o grupo havia se elevado 1,14%), no acumulado em 12 meses a atividade atinge variação positiva de 14% – a maior dentre todos os grupos avaliados pelo medidor oficial da inflação brasileira. Contudo, o subgrupo Carnes (que contempla carnes bovinas, suínas, aves e pescados) acumula três quedas consecutivas, atingindo no quadrimestre -2,39% de variação, contribuindo para derrubada das cotações.

Pecuária e carnes
Com um declínio na quantidade exportada, conforme informado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços das carnes suínas seguem em queda e de acordo com o IPCA encerraram abril com recuo de 1,41%, ante os -1,01% percebidos em março. Os principais países que reduziram a demanda pelos suínos nacionais foram Rússia e Ucrânia. A queda nos preços dos insumos usados como ração animal – tal como soja e milho – também corroboram com este cenário.
Seguindo comportamento similar, as carnes de frango também acabam sendo menos impactadas pelos custos produtivos e, com isso, os preços seguem comportados no varejo e com discreta tendência de queda no atacado, o que sinaliza que eles devam se manter sem pressões significativas no curto prazo. O IPCA releva que, em abril, o frango inteiro obteve queda de 1,92%, enquanto o frango em pedaços decresceu 1,58%.
Enquanto no varejo o preço dos bovinos mantém-se com variações negativas, no atacado percebe-se uma tendência de estabilidade, o que pode indicar a proximidade do término da queda nos preços, principalmente por conta da entressafra. De qualquer forma, o IPCA ainda descreve variação negativa em praticamente todas as variedades de carnes pesquisadas, com destaque para: Alcatra (-3,55%), Contra Filé e Filé Mignon (ambos com queda de 2,80%) e Lagarto Redondo (-2,53%).
Já os leites e seus derivados seguem com preços mais pressionados desde o início do ano, apesar das altas mais intensas terem sido constatadas em março (1,34%) e abril (2,33%). Este comportamento pode ser atribuído ao menor volume captado no mercado interno e a tendência é que os preços sigam elevados tendo em vista a entressafra que se aproxima.
Enfim, mesmo com a desaceleração nos preços médios dos alimentos, estes ainda têm exercido uma importante influência nos principais indicadores de inflação. Como há uma dispersão de alta nos demais grupos, surge uma preocupação com a perda do poder de compra dos consumidores.
Além disso, no caso das carnes e dos produtos pecuários, é provável que haja um realinhamento de preços para cima nos próximos meses, tendo em vista o período típico de oferta mais restrita por conta do clima frio e da escassez de pastagens.

Fonte: FECOMERCIO

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