terça-feira, 18 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES: Além de tarifas de ônibus


ônibus
Largo da Batata, zona Oeste de São Paulo, foi o ponto de partida da maior manifestação contra o aumento de tarifas e outros temas em São Paulo. Manifestações ocorreram em todo o País. Foto: AFP
Passe Livre: Protestos abrangem mais que tarifas de ônibus
Pelo menos onze capitais registram movimentos. Em algumas cidades, movimentos foram pacíficos, mas também foram registrados conflitos
Os organizadores do Movimento Passe Livre disseram na noite desta segunda-feira que as manifestações abordam as tarifas de ônibus, metrô e trem, mas não se restringiram a este tema.
Em São Paulo, onde a estimativa foi de cerca de 65 mil participantes, o grupo pede ainda a redução de R$ 3,20 para R$ 3,00 e melhoria nos serviço de mobilidade urbana, mas outras reivindicações puderam ser percebidas. Os manifestantes se dividiram em três grupos que seguiram pelos eixos Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, Marginal Pinheiros e Ponte Estaiada, Avenida Paulista e Palácio dos Bandeirantes.
O movimento se negou a informar o trajeto para a Polícia Militar de São Paulo em encontro na manhã desta segunda-feira. A SPTrans – São Paulo Transportes -, gerenciadora do sistema municipal, organizou desvios de linhas de ônibus na região do Largo da Batata, na zona Oeste de São Paulo, ponto de partida das passeatas. Mas à medida que os manifestantes foram se deslocando, a gerenciadora de transportes não pode fazer nada e muitos ônibus ficaram presos no meio das passeatas. Mas até o momento, nenhum veículo de transporte coletivo havia sido danificado. O balanço ainda vai ser divulgado pela SPTrans e empresas de ônibus.
Os responsáveis pelo “Movimento Passe Livre” dizem que boa parte das capitais foi tomada pelos manifestantes não apenas pela insatisfação sobre a falta de transporte público de qualidade e com prioridade, mas também em relação a corrupção, a postura política no País e também ao que consideram erros de prioridades para os gastos do dinheiro público, como os grandes recursos gastos para a preparação de estádios para a Copa do Mundo, em 2014. O fim da violência, reforma política e da previdência também fazem parte das queixas dos grupos de manifestantes. A PEC 37, do Governo Federal, que tenta tirar a liberdade do Ministério Público de investigar, também foi criticada.
Ao menos 11 capitais e diversas cidades de regiões metropolitanas foram tomadas pela insatisfação popular. Entre os municípios estão: São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Vitória, Maceió, Belém, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Indaiatuba (SP), Juiz de Fora (MG), Santos (SP) e Campinas (SP). Integrantes de movimentos do ABC Paulista, como de Santo André e Mauá, foram até São Paulo em apoio aos protestos.
Em boa parte das cidades, a situação foi pacífica, até o fechamento deste texto (22h03), mas em diversas regiões, como no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, houve violência. No Rio de Janeiro, onde se estima o maior público, cerca de 100 mil pessoas, a região da Assembleia Legislativa registrou confrontos e depredações. Houve tumultos em Belo Horizonte e em Porto Alegre, com vandalismo contra ônibus. Em Brasília, a área superior do Congresso Nacional foi tomada pelos manifestantes. Já em São Paulo, a situação ficou tensa quando os manifestantes chegaram ao Palácio do Governo Estado. Uma bomba foi o estopim para que os ânimos se exaltassem. De acordo com os organizadores, tumultos foram criados por minorias.

ESTIMATIVAS DE MANIFESTANTES NAS PRINCIPAIS CIDADES (22h00):
Alagoas
- Maceió (2 mil pessoas)
Bahia
- Salvador (5 mil pessoas)
Ceará
- Fortaleza (1 mil pessoas)
Distrito Federal
- Brasília (5,2 mil pessoas)
Espírito Santo
- Vitória (5 mil pessoas)
São Paulo
- Bauru (Cerca de 600 pessoas)- Guarujá (Cerca de mil pessoas)- São Paulo (65 mil pessoas)- Santos (Cerca de mil pessoas)- Pindamonhangaba (Cerca de 200 pessoas)
Paraná
- Curitiba (Cerca de 10 mil pessoas)- Foz do Iguaçu (Cerca de 2 mil pessoas)- Londrina- Ponta Grossa
Minas Gerais
- Belo Horizonte (Mais de 20 mil pessoas)- Poços de Caldas (Cerca de 500 pessoas)
Pará
- Belém (Mais de 5 mil pessoas)
Rio de Janeiro
- Campos dos Goytacazes (Cerca de 2 mil pessoas)- Rio de Janeiro (100 mil pessoas)- Três Rios (Cerca de 500 pessoas)
Rio Grande do Sul
- Novo Hamburgo (4 mil pessoas)- Porto Alegre (Cerca de 10 mil pessoas)

ALTERNATIVAS PARA VOLTA PARA A CASA EM SÃO PAULO:
Enquanto as principais ruas e avenidas de São Paulo estão paradas por causa das manifestações na Capital Paulista, mais de duzentas linhas de ônibus entre municipais e intermunicipais não conseguem cumprir os itinerários.
É o caso dos serviços que atendem a Avenida Morumbi, Marginal Pinheiros e Avenida Paulista.
Mas há alguns caminhos alternativos que podem ajudar as pessoas a chegarem em casa. As viagens serão maiores, mas sem grandes transtornos.
Na região da Paulista e da Avenida 23 de maio, no extremo do Paraíso, a partir da Bernardino de Campos, Rua Vergueiro e Domingos de Moraes, existem linhas de ônibus para terminais como Sacomã e Parque Dom Pedro II. Destes terminais, partem outras linhas para diversos bairros da Capital Paulista e outros municípios, como da região do ABC Paulista. No extremo da Ra da Consolação, também há linhas de ônibus para a região Central de São Paulo, de onde também pelos terminais Princesa Isabel e Amaral Gurgel seguem ônibus para diversas regiões da cidade de São Paulo.
A linha 9 da CPTM, Osasco – Grajaú, permite conexão com a linha 8 Diamante, que por sua vez dá acesso às linhas de trens que vão para a região central e fazem conexões com trechos do metrô em operação. Há diversos pontos finais de ônibus municipais e intermunicipais nas estações de metrô, de onde o passageiro pode pegar linhas locais. No Terminal do Metrô Jabaquara, há possibilidade de transferência, com pagamento de passagem, para os ônibus e trólebus da Metra, que vão até São Mateus, passando por Santo André, Mauá São Bernardo do Campo e Diadema.
Da estação Brás, por exemplo, seguem ônibus para zona Leste e região de Guarulhos.
São trajetos mais longos, mas opções para quem quer voltar para a casa e se livrar dos pontos de bloqueio.

DILMA CONSIDERA LEGÍTIMAS AS MANIFESTAÇÕES:
A presidente Dilma Rousseff qualificou como “legítimas” as manifestações que reuniram milhares de pessoas em diferentes cidades do país para protestar contra o aumento das tarifas de transporte público e os investimentos feitos pelo governo para organizar grandes eventos esportivos.
“A presidente Dilma Rousseff considera que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia”, afirmou a ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas.

Fonte: por: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes Com equipe Rádio CBN e agências

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