quarta-feira, 19 de junho de 2013

Saiba como foi a maior manifestação da história de Cotia



"Ei, Carlão, libera o busão", "ei, Carlão, libera a integração". Esses foram uns dos gritos de guerras usados pelos estudantes de Cotia para iniciar a manifestação que reuniria quase 3 mil pessoas, pararia a cidade e bloquearia a Raposo  Tavares por 3 horas. Conforme já publicado, os estudantes foram pegos de surpresa com o bloqueio do cartão que dá direito a gratuidade de passagens nos ônibus municipais no finais de semana e também a integração entre algumas linhas no Terminal e não aceitaram (leia aqui).
A exemplo do que está ocorrendo em São Paulo, onde a passagem aumentou R$ 0,20 e que culminou com uma série de manifestações por qualidade no transporte e em outros setores como educação, saúde, cultura e infraestrutura, o bloqueio do cartão em Cotia foi o elemento que faltava para que os jovens se rebelassem, e como eles mesmo disseram, saíssem do facebook. "Vem pra rua", chamavam a população para participar.
Uma cena nunca vista na cidade. A maior manifestação popular da história de Cotia. O movimento começou aos poucos, por volta de 16h30, com 30, 40, 100, 150, 200... jovens na porta prefeitura. A pé, com bandeiras do Brasil, caras pintadas, máscaras, faixas e cartazes eles surgiam de todos os lados. Com bom humor e o vigor típico dos jovens faziam festa, mas tudo com muita seriedade. Sem bandeiras partidárias. Os poucos políticos da chamada esquerda que apareceram e participaram do ato, foram ofuscados pelo brilho da juventude.

Vereador Alcides Esquisito...

...e outros que olhavam de longe, vaiados

A porta da Prefeitura permaneceu fechada, com alguns guardas civis de plantão. Do lado de dentro, alguns secretários e funcionários apenas olhavam pelo vidro. O único que saiu e acompanhou a manifestação foi o secretário adjunto de Transporte André Vasques. O vereador Alcides Esquisito e algumas lideranças conhecidas acompanharam de longe e foram vaiados. "Só olhar, não vai adiantar", gritavam os manifestantes.  A Policia Militar, a Guarda Civil, o Demutran e posteriormente a Policia Rodoviária acompanharam toda manifestação, sem nenhuma intervenção, apenas no controle do  Trânsito e para garantir a segurança dos jovens.
Em marcha eles ganharam as ruas da cidade. E tiveram apoio da população que não se importou com o "barulho e a bagunça". Das janelas, dentro dos carros, dos comércios, a população acenava, fazia sinal de positivo, abanavam toalhas, como querendo dizer "vão, estamos com vocês". E assim o grupo foi aumentando. "Caminhando e cantando" e clamando mudança.
"Ei Brasil, vamos acordar, o professor vale mais que o Neymar", gritavam os jovens rumo a Raposo Tavares em horário de pico. Era aproximadamente 18h30 quando a rodovia foi totalmente bloqueada, nas duas faixas e assim permaneceu por aproximadamente 3 horas.

Os manifestantes se concentraram no quilômetro 34, que dá acesso ao centro da cidade. De lá seguiram andando, liberando o espaço apenas para veículos de emergência como ambulância e Bombeiro. Os motoristas, já acostumados com o trânsito complicado da Raposo tiveram que ter muita paciência e muitos apoiavam os jovens com buzinas, gritos, fotos...
Os jovens caminharam até o quilômetro 31, na região do Jardim Sabiá e aos poucos foram dispersando e o trânsito sendo liberado por volta das 21h. Segundo a Policia Militar não foi registrado nenhuma ocorrência. Uma nova manifestação deve ocorrer na sexta-feira (21).

Fonte: CotiaTododia, por:  Sonia Marques

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