Prefeitos terão acesso à situação atual do Plano de Regional de Mobilidade que tem previsão de ficar pronto ainda neste primeiro semestre. Grupo pretende fazer manifestação no local
Tarifas altas, monopólios que quando quebrados perseguem as novas empresas, ônibus acima da idade permitida e com condições de manutenção precárias, linhas desatualizadas para a atual realidade econômica e social, falta de preparo de motoristas e cobradores, falta de prioridade ao transporte coletivo no espaço urbano e ausência de integração regional.
Esse é o quadro da mobilidade urbana da região do ABC Paulista, uma das mais prósperas do país, que possui uma das mãos de obra mais qualificadas, mas com trabalhadores e estudantes mal transportados.
Com exceções de algumas empresas de ônibus que desenvolvem trabalhos de qualidade, reconhecidos em pesquisas e por certificações oficiais, os serviços estão abaixo do que a população precisa e paga.
Para se ter uma ideia, apesar de a região ser interligada, com os limites de municípios praticamente imaginários, já que uma cidade é continuação da outra na estrutura urbana, não há qualquer tipo de comunicação entre os ônibus dos municípios.
Não é raro um ônibus de uma cidade passar a menos de um quarteirão do veículo do outro município, mas se o passageiro precisar usar os dois serviços tem de descer, caminhar alguns metros e pagar nova tarifa.
Além da integração com os meios metropolitanos, como com os trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e ônibus intermunicipais, é importante que os sistemas de cada município se complementem.
Para isso são necessários esforços em conjunto entre os administradores de cada cidade, independentemente de convicções partidárias e maior participação do poder público subsidiando as integrações e gratuidades, para que a sociedade como um todo contribua para os transportes, e priorizando os transportes coletivos no espaço urbano.
Além do Corredor ABD (São Mateus – Jabaquara), considerado exemplo de mobilidade e com alta aprovação dos passageiros, apesar de necessidades de modernização e com a existência de algumas queixas, não há na região nenhum outro corredor de ônibus regional.
Afinal, as cidades são interligadas. O ganho não será total para o passageiro de Santo André que estiver num corredor e ao entrar em Mauá seu ônibus volta para o congestionamento do trânsito, por exemplo.
E Mobilidade Urbana vai ser o tema principal da 35ª Assembleia Geral de Prefeitos do Consórcio Intermunicipal do ABC, que ocorre nesta segunda-feira, dia 04 de fevereiro, às 09h30 na sede do Consórcio, em Santo André.
Será a primeira reunião sob o comando do novo presidente do Consórcio, o Prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, eleito na assembleia do dia 14 de janeiro.
Na ocasião será apresentada a situação até o momento do Plano de Mobilidade Regional, que deve ser concluído ainda neste primeiro semestre.
O plano custou R$ 1 milhão e é fruto de uma parceria entre o Consórcio Intermunicipal e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.
Atualmente, o plano está na fase das sugestões de especialistas para os transportes da região do ABC. A fase de diagnóstico dos principais problemas foi encerrada em novembro, depois da realização no ano passado de uma audiência pública.
Estão em analise obras de infraestrutura para toda a região, sistemas para moderação do tráfego, sincronização de semáforos e monitoramento do trânsito.
Os novos prefeitos e suas equipes que assumiram em janeiro terão acesso às propostas regionais para se adequarem com medidas locais.
A reunião também vai discutir o Plano Plurianual que pauta as prioridades e a forma de atuação do Consórcio para os próximos anos.
MANIFESTAÇÃO:
Grupos que protestam contra o valor das tarifas, monopólios dos transportes e má prestação dos serviços devem realizar uma manifestação na frente da sede do Consórcio nesta segunda-feira.
No dia 18 de janeiro, o secretário-executivo do Consórcio, Luis Paulo Bresciani, recebeu representantes dos grupos que realizam os protestos no ABC Paulista, em especial no município de Mauá.
Eles entregaram a Bresciani um abaixo-assinado, com 7 mil 500 assinaturas, e uma carta com reivindicações sobre os transportes coletivos na região.
Fonte: ,por:Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
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