Uma audiência pública
organizada pelos deputados estaduais Leci Brandão (PCdoB) e Luiz Cláudio
Marcolino (PT) vai ocorrer na Assembleia Legislativa de São Paulo na
próxima quarta-feira (20), às 18h30, para debater o funcionamento do
metrô paulistano 24 horas por dia.
A proposta aparece no
Projeto de Lei 621, de 2011, de autoria de Marcolino, e tomou grandes
proporções no debate sobre o tema quando as redes sociais repercutiram a
criação de uma petição online, criada no site Avaaz.org, que se propõe a
fazer mobilizações sociais pela internet reivindicando a operação
ininterrupta dos trens na cidade.
A descrição da petição
se utiliza de argumentos comparativos com a cidade de Nova York, que
conta com o funcionamento do metrô em tempo integral. “Vamos nos
mobilizar para que o governo coloque o metrô sempre em operação, como em
Nova York, pois uma cidade como São Paulo, que tem a quarta maior
população do mundo, não pode ficar na inércia de não ter transporte
coletivo após a meia-noite.” A petição foi criada no mês passado, e até
hoje (17) contava com pouco mais de 89.000 assinaturas.
Estão convidados para a
audiência os secretários de Transportes e Segurança do Estado e do
município de São Paulo, os presidentes do metrô e da Empresa de
Transportes Urbanos (EMTU) e representantes dos sindicatos dos
metroviários, dos Bancários de São Paulo, Osasco e região (Seeb-SP), da
União Geral dos Trabalhadores, e o autor da petição no Avaaz.org, Rômulo
Zillig.
O PL de Marcolino está
anexado a outro projeto, de autoria da deputada Leci Brandão, o PL 379,
de 2011, que dispõe sobre o horário de funcionamento das estações do
metrô nos finais de semana. A proposta é que os trens operem
ininterruptamente nos fins de semana, sendo que no período entre 01h e
05h o intervalo entre eles seja de 30 minutos.
A criação de empregos e a
locomoção com segurança na cidade são os pontos levantados por
Marcolino em seu projeto. Ele cita a demanda crescente pela circulação
dos trens 24 horas por dia, vinda principalmente de trabalhadores e
estudantes. “[Existem] empresas que funcionam com até quatro turnos de
trabalhadores, call centers, hotéis, supermercados, restaurantes e
hospitais funcionando a todo vapor mesmo durante a noite. Alunos que
estudam em escolas distantes de sua casa e muitas vezes não conseguem
retornar tendo que ficar na porta da estação”, diz o texto.
A vida cultural e o
lazer noturnos da cidade também são lembrados pelo deputado como fatores
que pesam para a aprovação do projeto. Em reportagem da RBA sobre a
questão, o secretário de Comunicação do Sindicato dos Metroviários de
São Paulo, Ciro Moraes, contestou a possibilidade da operação
ininterrupta, afirmando que seria “impraticável, devido à própria
negligência do governo do estado em investir na construção de mais
linhas de metrô para suprir a carência de transporte”.
O principal entrave
apontado por ele é a manutenção preventiva dos trens, que é feita da 1h
da madrugada, quando a circulação de trens termina, até as 4h. A
operação recomeça às 4h40.
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