quinta-feira, 13 de junho de 2013

MOVIMENTO PASSE LIVRE DESCUMPRE ACORDO COM MINISTÉRIO PÚBLICO (MP)


ônibus
Ônibus danificado em suposto protesto contra aumento das tarifas de ônibus. Por trás das massas de manobra, muita politicagem e gente querendo aparecer, mas que não está disposta a discutir mobilidade.

MP vai propor redução nas tarifas de ônibus, trem e Metrô de São Paulo
Integrantes do “Movimento Passe Livre” se reuniram com promotores e propuseram uma comissão para analisar custos dos transportes
Reunião entre promotores do Ministério Público Estadual de São Paulo e integrantes do “Movimento Passe Livre” nesta quarta-feira, dia 12 de junho, propos a suspensão do aumento das tarifas de ônibus municipais de São Paulo, trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos e Metrô.
No dia 2 de junho, as passagens foram de R$ 3,00 para R$ 3,20, aumento abaixo da inflação e que já levou em conta a desoneração do PIS/Cofins que pesavam 3,65% sobre as receitas das empresas de ônibus.
A proposta é voltar aos R$ 3,00 por 45 dias. Neste prazo, os que se julgam responsáveis pelo “Movimento Passe Livre” e os partidos políticos e sindicalistas que pegaram carona na onda de protestos teriam de suspender as manifestações. As três que foram realizadas nos últimos dias em São Paulo foram tão malfeitas e marcadas por violência, depredações e pouco conhecimento sobre o assunto mobilidade que tiveram a “capacidade” de perder o foco da discussão que é o custo dos transportes.
Ainda neste prazo de 45 dias, uma comissão formada por Ministério Público, integrantes da sociedade civil e das administrações municipal e estadual fariam estudos sobre os custos dos sistemas.
Só que nem foi alinhavado o acordo com a Prefeitura e o Governo do Estado, os comandantes do manifesto já deram ordem às suas massas de manobra para fazerem manifestação nesta quinta-feira, dia 13 de junho, em frente ao Theatro Municipal de São Paulo. Ou seja, o Movimento Passe Livre seria o primeiro a descumprir o acordo.
Eles adiantaram que se a passagem fosse reduzida nesta quinta-feira, o encontro continuaria para uma “festa de confraternização”, que, claro, seria marcada por abraços, sorrisos, discussões sobre mobilidade, orações e mantras para o bem estar. Imaginem, ninguém ia fazer arruaça, beber, fumar maconha, danificar patrimônios públicos e privados e dar gritos exaltados.
A Polícia Federal vai investigar as imagens dos arruaceiros, informou nesta quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado disseram que podem conversar com o Ministério Público e entidades organizadas, mas já adiantaram que os custos dos sistemas de transportes são altos, havendo necessidades de subsídios inclusive.
O pessoal do Passe Livre sabe bater em policial, pichar, queimar e depredar ônibus, gritar palavras de ordem e impedir o ir e vir dos passageiros. Mas o que eles não discutem é a melhoria dos transportes e a priorização do transporte coletivo no espaço urbano que por si só já reduz gastos operacionais.
Claro, pedir corredor de ônibus não da mídia, mas fazer arruaça dá.
O Movimento poderia ser – “Passe Livre, Ônibus – o transporte coletivo precisa ter prioridade”.
Até o menos instruído possível sabe que nada é de graça. Se o passe fosse livre, seria pago pela sociedade de todo o jeito.
Os subsídios são interessantes para diminuir os custos que recaem sobre os passageiros pagantes apenas e são uma forma de toda a sociedade contribuir para os transportes públicos.
Mas a realidade do País não permite passagens de graça. Há o transporte para ser financiado, mas há a saúde, a educação, a segurança e em tese, o INSS, que deveria ser a “Seguradora do Trabalhador Brasileiro”, mas é a grande carnificina no atendimento a quem precisa. Vide a arrogância e o despreparo médico dos peritos.
Podem dizer que a imprensa está deixando de lado a principal reivindicação do grupo para noticiar a violência e o vandalismo.
Mas quem distorceu o foco foram os próprios organizadores. Afinal, se não tivesse ônibus depredado, policial ferido, estação de metrô e terminal de ônibus destruídos, a imprensa não noticiaria isso.
E pelo que se sabe, não foi visto nenhum jornalista quebrando ônibus e barbarizando.
Assim, aos organizadores do Passe Livre, culpar a imprensa é típico da cultura política brasileira.
Generalizar o movimento é um erro? Claro, mas eles são responsáveis, assumiram o risco da desordem. Vivemos num país de instituições ou da filosofia “Se deu certo, foi o movimento! Se deu errado, foi meia dúzia de vândalos”. Ora, tenham hombridade de assumir suas agitações políticas.
É que tais movimentos e classes ditas de política de esquerda e democrática adoram criticar até Deus, mas não conseguem receber críticas, não suportam, não têm preparo ou no fundo, sabem de seus erros e não têm argumentos. Aí, a imprensa é sempre ruim. “Malditos jornalistas que pertencem a máfia”!
Vejam o exemplo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva: políticas assistencialistas desastradas, mensalão, corrupção em outros níveis, um INSS que conspira contra o trabalhador, mas a culpada é a imprensa que critica isso.
Vejam o exemplo de Geraldo Alckmin: PCC colocando fogo em ônibus, metendo medo na polícia (isso, polícia com medo de bandido), trens da CPTM que não passam um dia se quer sem dar pane e uma política habitacional pífia. Mas é a imprensa que só sabe focar no lado ruim.
Se os partidos políticos, movimentos ditos sociais, a classe que se diz esquerda, a classe que se diz de direita, etc, etc, não suportam críticas, significa que não têm a menor condição de reivindicar nada e mais, abrigam em si um espírito tão ditador como os nefastos Geisel, Getúlio Vargas, Figueiredo e Maluf da vida. Ou são tão dissimulados como Sarney, Dirceu, Collor, etc.
Aliás, muitos antigos desafetos, como Sarney, Collor, Dirceu e Lula agora estão de mão dadas.
Dirceu e Genoíno na época dos bicos duros não clamavam Justiça? Pois é, agora reclamam dela.
Ah, antes de mais nada, se existem pessoas que têm liberdade para baterem em policiais e quebrarem ônibus, este jornalista pode ter liberdade para se expressar. Ou a ditadura dos seguidores da cumpanheirada vai querer reprimir?
A discussão saiu do foco do transporte? Ora, o Movimento Passe Livre não soube colocar esse foco.

Fonte:  por: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sugestão, Reclamações, Elogios, Comentários e Perguntas